A histórica missão da sonda Rosetta acabou como planejado, com um impacto controlado na superfície do cometa que ela estudou por mais de dois anos.
A confirmação do final da missão chegou no centro de controle da ESA em Darmstadt, na Alemanha às 08:19 hora de Brasília do dia 30 de Setembro de 2016, com a perda de sinal da Rosetta devido ao seu impacto com o cometa.
A confirmação do final da missão chegou no centro de controle da ESA em Darmstadt, na Alemanha às 08:19 hora de Brasília do dia 30 de Setembro de 2016, com a perda de sinal da Rosetta devido ao seu impacto com o cometa.
A descida até o cometa, deu a oportunidade da Rosetta estudar o gás, a poeira e o plasma num ambiente bem próximo da superfície, bem como fazer imagens de alta resolução.
As cavidades são estruturas de interesse particular para serem entendidas, pois elas possuem um papel fundamental na atividade do cometa. Elas também fornecem uma janela única para se poder estudar os blocos fundamentais internos do cometa.
A informação coletada durante a descida chegou à Terra antes do impacto, já que na superfície do cometa seria impossível para a sonda se comunicar.
A informação coletada durante a descida chegou à Terra antes do impacto, já que na superfície do cometa seria impossível para a sonda se comunicar.
“A Rosetta entrou para os livros de história mais uma vez”, disse Johann-Dietrich Worner, Diretor Geral da ESA. “Hoje nós celebramos o sucesso de uma missão que mudou o jogo, e que superou todos os sonhos e expectativas e que manteve o legado da ESA de ser a primeira nos cometas”.
“Graças a décadas de colaboração internacional, nós conseguimos realizar a missão de mandar um laboratório científico para um cometa e estudar a sua evolução com o decorrer do tempo, algo que nenhuma missão a cometas havia feito antes”, notou Alvaro Giménez, Diretor Científico da ESA.
“Graças a décadas de colaboração internacional, nós conseguimos realizar a missão de mandar um laboratório científico para um cometa e estudar a sua evolução com o decorrer do tempo, algo que nenhuma missão a cometas havia feito antes”, notou Alvaro Giménez, Diretor Científico da ESA.
“A Rosetta estava no papel mesmo antes da primeira missão ao espaço
profundo da ESA, a Giotto que fez a primeira imagem do núcleo de um
cometa, ao sobrevoar o Halley em 1986.
“A missão passou por várias carreiras, e os dados retornados para a Terra manterão gerações de cientistas ocupadas por décadas”.
A sonda passou 31 meses em hibernação no espaço profundo na perna
mais distante de sua jornada, antes de acordar em Janeiro de 2004 e
finalmente chegar no cometa em Agosto de 2014.
Depois de se tornar a primeira sonda a entrar na órbita de um cometa, e a primeira a soltar um módulo de pouso, em Novembro de 2014, a Rosetta continuou a monitorar a evolução do cometa durante sua maior aproximação com o Sol e além.
“Nós operamos no ambiente nada amigável do cometa por 786 dias, fizemos um grande número de sobrevoos perto da superfície, sobrevivemos a explosões inesperadas do cometa, e nos restabelecemos duas vezes quando a sonda entrou em modo de segurança”, disse o gerente de operações Sylvain Lodiot.
Os operadores da missão também enfrentaram um mês de comunicação complicada com a sonda quando ela estava próxima do Sol.
Com a decisão de fazermos a Rosetta pousar na superfície do cometa, nós realmente elevamos ao máximo o retorno científico da missão através dessa operação inédita”, disse o gerente sênior da missão, Patrick Martin.
Muitas descobertas foram feitas durante a missão, sendo a primeira talvez, a forma curiosa do cometa, que começou a se revelar durante a aproximação da sonda entre Julho e Agosto de 2014. Os cientistas agora acreditam que os dois lobos do cometa se formaram de forma independente, se juntando numa colisão que aconteceu a baixa velocidade nos primeiros dias do Sistema Solar.
O monitoramento de longo prazo também mostrou como a forma do cometa é importante e influencia suas estações, fazendo com que a poeira se movimente na superfície, explicando assim a variação nas medidas de densidade e de composição da coma do cometa.
Alguns dos resultados mais inesperados e mais importantes estão ligados aos gases expelidos pelo núcleo, incluindo a descoberta do oxigênio molecular, do nitrogênio e do fato da água presente no cometa ser diferente da água encontrada na Terra.
Integrados, esses resultados apontam para o fato do cometa ter nascido numa região muito fria da nebulosa protoplanetária quando o Sistema Solar estava se formando a cerca de 4.5 bilhões de anos atrás.
Enquanto que aparentemente não foram os impactos de cometas que trouxeram a água para a Terra, como se pensava anteriormente, outra questão é sobre se os cometas poderiam ter trazido os ingredientes essenciais para o desenvolvimento da vida.
E nesse ponto a Rosetta não desapontou, ela detectou o amino ácido glicina, que é normalmente encontrado nas proteínas e o fósforo, um componente fundamental do DNA e das membranas celulares. Numerosos compostos orgânicos foram também detectados, tanto pela Rosetta na órbita como pelo Philae na superfície.
“Esse é o final da missão, e já tinha sido traçado a muito tempo atrás. Mas as realizações impressionantes viverão agora para a posteridade e serão usadas pelas próximas gerações de cientistas ao redor do mundo”.
Enquanto que o lado operacional da missão terminou no dia 30 de Setembro de 2016, as análises científicas continuarão por muitos anos.
De maneira geral, os resultados obtidos pela sonda Rosetta apontam que os cometas são as partes deixadas para trás durante a formação do Sistema Solar, ao invés de serem resultados da colisão de fragmentos entre corpos maiores, dando assim uma ideia sem paralelo sobre como os blocos fundamentais que constituíram os planetas podem ter sido a 4.6 bilhões de anos atrás.
“Como a Pedra da Rosetta, que deu nome a missão, e que foi fundamental no entendimento da linguagem antiga e da história, a vasta quantidade de dados obtidos pela sonda Rosetta está mudando nossa visão sobre como os cometas e o sistema solar se formaram.”, disse o cientista de projeto Matt Taylor.
Inevitavelmente, nós agora temos novos mistérios para serem resolvidos. O cometa ainda não nos revelou todos os seus segredos, e certamente existem muitas surpresas ainda escondidas nos dados. Então não vá a lugar nenhum ainda….a missão da sonda Rosetta está apenas começando”
“A missão passou por várias carreiras, e os dados retornados para a Terra manterão gerações de cientistas ocupadas por décadas”.
“Além do seu triunfo técnico e científico, a maravilhosa jornada da
sonda Rosetta e do módulo Philae, também instigou a imaginação mundo
afora, engajando a população mesmo distante da comunidade científica”.
Disse Mark McCaughrean, Conselheiro Científico Sênior da ESA.
Desde que foi lançada em 2004, a Rosetta está agora na sua sexta
órbita ao redor do Sol. Ela viajou cerca de 8 bilhões de quilômetros
incluindo sobrevoos pela Terra, Marte e o encontro com dois asteroides.
Depois de se tornar a primeira sonda a entrar na órbita de um cometa, e a primeira a soltar um módulo de pouso, em Novembro de 2014, a Rosetta continuou a monitorar a evolução do cometa durante sua maior aproximação com o Sol e além.
“Nós operamos no ambiente nada amigável do cometa por 786 dias, fizemos um grande número de sobrevoos perto da superfície, sobrevivemos a explosões inesperadas do cometa, e nos restabelecemos duas vezes quando a sonda entrou em modo de segurança”, disse o gerente de operações Sylvain Lodiot.
Os operadores da missão também enfrentaram um mês de comunicação complicada com a sonda quando ela estava próxima do Sol.
Com a decisão de fazermos a Rosetta pousar na superfície do cometa, nós realmente elevamos ao máximo o retorno científico da missão através dessa operação inédita”, disse o gerente sênior da missão, Patrick Martin.
Muitas descobertas foram feitas durante a missão, sendo a primeira talvez, a forma curiosa do cometa, que começou a se revelar durante a aproximação da sonda entre Julho e Agosto de 2014. Os cientistas agora acreditam que os dois lobos do cometa se formaram de forma independente, se juntando numa colisão que aconteceu a baixa velocidade nos primeiros dias do Sistema Solar.
O monitoramento de longo prazo também mostrou como a forma do cometa é importante e influencia suas estações, fazendo com que a poeira se movimente na superfície, explicando assim a variação nas medidas de densidade e de composição da coma do cometa.
Alguns dos resultados mais inesperados e mais importantes estão ligados aos gases expelidos pelo núcleo, incluindo a descoberta do oxigênio molecular, do nitrogênio e do fato da água presente no cometa ser diferente da água encontrada na Terra.
Integrados, esses resultados apontam para o fato do cometa ter nascido numa região muito fria da nebulosa protoplanetária quando o Sistema Solar estava se formando a cerca de 4.5 bilhões de anos atrás.
Enquanto que aparentemente não foram os impactos de cometas que trouxeram a água para a Terra, como se pensava anteriormente, outra questão é sobre se os cometas poderiam ter trazido os ingredientes essenciais para o desenvolvimento da vida.
E nesse ponto a Rosetta não desapontou, ela detectou o amino ácido glicina, que é normalmente encontrado nas proteínas e o fósforo, um componente fundamental do DNA e das membranas celulares. Numerosos compostos orgânicos foram também detectados, tanto pela Rosetta na órbita como pelo Philae na superfície.
“Esse é o final da missão, e já tinha sido traçado a muito tempo atrás. Mas as realizações impressionantes viverão agora para a posteridade e serão usadas pelas próximas gerações de cientistas ao redor do mundo”.
Enquanto que o lado operacional da missão terminou no dia 30 de Setembro de 2016, as análises científicas continuarão por muitos anos.
De maneira geral, os resultados obtidos pela sonda Rosetta apontam que os cometas são as partes deixadas para trás durante a formação do Sistema Solar, ao invés de serem resultados da colisão de fragmentos entre corpos maiores, dando assim uma ideia sem paralelo sobre como os blocos fundamentais que constituíram os planetas podem ter sido a 4.6 bilhões de anos atrás.
“Como a Pedra da Rosetta, que deu nome a missão, e que foi fundamental no entendimento da linguagem antiga e da história, a vasta quantidade de dados obtidos pela sonda Rosetta está mudando nossa visão sobre como os cometas e o sistema solar se formaram.”, disse o cientista de projeto Matt Taylor.
Inevitavelmente, nós agora temos novos mistérios para serem resolvidos. O cometa ainda não nos revelou todos os seus segredos, e certamente existem muitas surpresas ainda escondidas nos dados. Então não vá a lugar nenhum ainda….a missão da sonda Rosetta está apenas começando”
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