A NASA encontrou evidências de que há gêiseres ejetando vapor de água em
Europa, uma das 67 ''luas'' de Júpiter. O anúncio foi feito nesta
segunda-feira (26) por cientistas da agência espacial americana.
As evidências foram encontradas por meio de imagens captadas pelo Telescópio Espacial Hubble.
Com isso, será possível explorar o satélite sem ter que atravessar
várias camadas de gelo. Um estudo sobre a descoberta será publicado ao
longo desta semana no periódico Astrophysical Journal .
"O oceano de Europa é considerado um dos lugares mais promissores para existir vida no Sistema Solar",
explicou Geoff Yoder, administrador associado da Missão Científica da
NASA em Washington, nos Estados Unidos. "Se esses gêiseres estiverem lá
mesmo, poderemos descobrir outras formas de coletar pedaços do que há
abaixo da superfície de Europa."
Em outras ocasiões, a própria agência afirmou que, tirando a Terra,
Europa é o lugar com maior probabilidade de abrigar vida no nosso
Sistema Solar. Um estudo publicado no periódico Geophysical Research Letters
mostrou que os oceanos de água salgada que ficam abaixo da enorme
crosta de gelo do satélite podem ter uma química bem parecida com os
terrestres. A partir disso os cientistas argumentaram que é possível que
exista hidrogênio e oxigênio em quantidades suficientes para a formação
de vida como conhecemos.
Os gêiseres atingem alturas de 200 quilômetros antes de voltar à
superfície de Europa. O satélite tem um oceano gigante que contém o
equivalente a duas vezes toda a água que existe na Terra, mas que é
protegido por uma camada de gelo de espessura ainda não calculada.
A equipe de William Sparks, do Space Telescope Science Institute,
em Baltimore, nos Estados Unidos, percebeu os gêiseres a partir de
movimentações em parte de Europa conforme a lua passava em frente a Júpiter.
A observação inicialmente tinha como objetivo determinar a extensão da
atmosfera do satélite, mas percebeu que havia vapor saindo de sua
superfície.
"A atmosfera de um planeta extra solar bloqueia um
pouco da luz de estrelas que estão atrás dela", explicou Sparks no
anúncio da NASA. "Se houver uma atmosfera fina em Europa, ela tem o
potencial de bloquear um pouco da luz de Júpiter e nós poderíamos ver
sua silhueta." A equipe observou dez movimentações ao longo de 15 meses —
em três delas houve erupções nos gêiseres.
A ideia da agência é utilizar a visão infravermelha do Telescópio Espacial James Webb,
que será lançado em 2018, para confirmar esta movimentação em Europa.
Além disso, há planos para lançar uma missão específica para Europa,
parecida com as que ocorreram em Plutão e Júpiter.
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