Imagem de maio e outra desta semana mostra uma mancha clara e outra escura, associadas ao módulo Schiaparelli e seu paraquedas pela ESA. (Foto: ESA/Nasa/Divulgação)
O Schiaparelli "chegou à superfície de Marte com uma velocidade muito mais alta do que o previsto", disse à AFP Thierry Blancquaert, um dos responsáveis pela missão da ESA, após analisar a foto tirada pela sonda americana Mars Reconnaissance Orbiter.
A imagem mostra uma mancha clara e outra escura, ambas recentes, na área esperada de pouso.
A clara pode ser associada ao paraquedas do módulo, enquanto a escura, que teria cerca de 15 por 40 metros, seria o local de impacto do equipamento em si.
"O tamanho relativamente grande seria do material de superfície revolvido. Também é possível que o módulo tenha explodido, já que seus tanques de combustível possivelmente ainda estivessem cheios. Essas interpretações preliminares serão refinadas com análises posteriores", informou a ESA em comunicado.
Apesar de o módulo ter colidido, na mesma missão, a agência conseguiu manter em órbita a sonda TGO.
A Agência Espacial Europeia, em parceria com a russa, tentou pela segunda vez realizar um pouso seguro em Marte.
Isso ocorreu 13 anos após a primeira tentativa de aterrissagem no planeta vermelho -- em 2003, a sonda Mars Express lançou o pequeno módulo Beagle 2, de concepção britânica, mas o robô nunca deu sinais de vida. Os cientistas sabem desde que 2015 que ele pousou, mas estava danificado.
''Acredita-se que a Schiaparelli caiu de uma altura entre dois e quatro quilômetros (de altura) e despenhou-se a uma velocidade considerável, a mais de 300 quilômetros por hora", explicou, em comunicado, a ESA.
No comunicado, a ESA referiu que os seus cientistas acreditam que a nave que tinha por missão explorar a superfície do planeta e era uma importante aposta da agência espacial europeia teve uma "queda livre maior que o planejado".
Os peritos especulam que os "propulsores" da Schiaparelli, que deviam controlar a queda, ao atuarem em sentido contrário à gravidade de Marte, se "apagaram prematuramente".
Os cientistas da ESA continuam a compilar mais informação para determinarem o que realmente aconteceu, incluindo a análise dos dados que a Schiaparelli enviou durante a sua queda até à superfície de Marte.
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