Cientistas descobriram, pela primeira vez, evidência de água líquida em Marte. O anúncio foi feito nesta quarta-feira 25 . O corpo d'água seria um lago subterrâneo com 20 quilômetros de largura, localizado abaixo de calotas polares do sul do planeta. A revista Science, responsável pela publicação da informação, revela que utilizou-se dados coletados entre 2012 e 2015. A descoberta contraria uma informação de novembro de 2017, que sugeria que o Planeta Vermelho não possuía água.
Não se sabe a profundidade do lago, porém a equipe de pesquisa acredita que deve ser de ao menos 1 metro. De acordo com o professor Roberto Orosei, do instituto italiano de astrofísica, "isso realmente qualifica-se como um corpo d'água. Um lago, não água que derreteu e ocupou um espaço entre rochas e gelo, como acontece em algumas geleiras na Terra" (via BBC).Instrumentos de radar, como o Marsis, foram utilizados para analisar a subsuperfície do planeta, enviando sinais e coletando o que é refletido de volta. A diferença nas reflexões dos sinais levou os especialistas a encontrarem o lago.
Embora a pesquisa não cite a possibilidade vida em Marte, há uma constante associação com água. A descoberta de água líquida não representa a existência de vida no planeta, porém o elemento é fundamental para o desenvolvimento -- ao menos do que conhecemos sobre a vida até agora. Em junho de 2018, indícios de que vida existiu no Planeta Vermelho foram descobertos em uma rocha sedimentar de três bilhões de anos.
A importante descoberta, assinada por uma equipe de pesquisadores italianos, conclui que em uma região chamada Plamun Australe, localizada na camada de gelo do polo sul de Marte, o perfil que o radar desenha é muito similar ao dos grandes lagos de água líquida encontrados sob o gelo na Terra, em regiões como a Antártida e a Groenlândia.
Para chegar a essas conclusões, a equipe de cientistas italianos obteve 29 conjuntos de amostras do radar, com as quais mapeou uma área que mostrava uma mudança muita acentuada a 1,5 quilômetros sob a superfície do gelo e que se estendia por cerca de 20 quilômetros.
O estudo garante que se trata de água salgada, pois isto é o que permitiria que, junto com a pressão da camada de gelo, o lago subterrâneo permanecesse em estado líquido apesar de estar a uma temperatura de entre -30 e -70 graus Celsius, como acontece na Terra.
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