Cientistas tiveram como alvo dois superburacos negros: o Sagitário A e o M87.
Na quarta-feira, cientistas devem revelar a primeira foto de um buraco negro, um grande feito da astrofísica na compreensão dos monstros celestiais que possuem campos gravitacionais tão intensos que nem sequer a luz consegue escapar.
A Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos marcou uma coletiva de imprensa em Washington para anunciar um “resultado inovador do projeto do Telescópio Event Horizon (EHT)”, uma parceria internacional formada em 2012 para tentar observar o ambiente imediato de um buraco negro.
Coletivas de imprensa simultâneas estão marcadas em Bruxelas, Santiago, Xangai, Taipé e Tóquio.
O horizonte de eventos de um buraco negro, um dos lugares mais violentos do universo, é um ponto sem retorno no qual tudo – até estrelas, planetas, gases, poeira e qualquer forma de radiação eletromagnética, incluindo a luz – é sugado irreversivelmente para dentro.
“É um projeto visionário que toma a primeira foto de um buraco negro. Somos uma colaboração internacional de mais de 200 pessoas”, disse o astrofísico Sheperd Doeleman, diretor do Telescópio Event Horizon em março.
A pesquisa coloca em teste um pilar científico, a teoria geral da relatividade do físico Albert Einstein, de acordo com o astrofísico da universidade do Arizona, Dimitrios Psaltis. Essa teoria de 1915 tinha o objetivo de explicar as leis da gravidade e a sua relação com outras forças naturais.
Os cientistas tiveram como alvo dois superburacos negros. O primeiro, chamado Sagitário A, é situado no centro da Via Láctea, a galáxia onde está o Sistema Solar e a Terra. Ele tem 4 milhões de vezes a massa do Sol e está localizado a 26 mil anos luz do nosso planeta. Um ano luz é a distância que a luz viaja em 365 dias, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros.
O segundo, chamado M87, está no centro da galáxia vizinha de Virgo A e tem 3,5 bilhões de vezes a massa do Sol. Ele está localizado a 54 milhões de anos luz da Terra.
Por meio do projeto, cientistas também tentarão detectar pela primeira vez a dinâmica próxima do buraco negro, onde a matéria orbita quase na velocidade da luz antes de ser engolida.
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