Em 24 de abril de 1990, o Telescópio Espacial Hubble da NASA e ESA foi enviado para a órbita da Terra, a bordo do Ônibus Espacial Discovery, ele foi o primeiro telescópio espacial desse tipo. O Hubble ofereceu e oferece até hoje uma nova visão do universo e por esses 30 anos tem superado todas as expectativas. Essas descobertas revolucionaram várias áreas da pesquisa astronômica, desde a ciência planetária até a cosmologia, e as imagens feitas pelo Hubble, impressionaram a todos, desde o cientista ganhador do prêmio Nobel até a pessoa mais simples e que não entende nada de astronomia, aliás esse é um grande papel do Hubble, engajar e mostrar as belezas do universo para todo mundo.
Esta sexta-feira (24) marca o aniversário de 30 anos do lançamento do telescópio Hubble. Situado na órbita terrestre baixa, a aproximadamente 600 km da Terra, o equipamento revolucionou a astronomia com o propósito de explorar continuamente as profundezas do universo, desde galáxias vizinhas até fenômenos cósmicos a bilhões de anos-luz.
O Hubble foi essencial, por exemplo, para confirmar a hipótese da ciência sobre a existência de buracos negros no coração de galáxias. O telescópio ainda contribuiu para cientistas observarem supernovas distantes e encontrarem evidências que o universo pode estar se expandindo em um ritmo de aceleração.
Desenvolvido a partir de uma parceria entre a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA), o equipamento foi projetado durante as décadas de 70 e 80. O uso científico do telescópio, no entanto, é responsabilidade do Space Telescope Science Institute (STSI), localizado na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos. A organização está ligada a um grupo de 33 universidades norte-americanas que formam a Associação de Universidades Para Pesquisas em Astronomia (AURA).
A revista Science Focus também aproveitou a data comemorativa para separar oito imagens icônicas capturadas pelo Hubble desde a década de 90. As figuras retratam diferentes fenômenos astronômicos, como o choque de galáxias, jatos de gases estelares e a atividade de buracos negros.
‘Nebulosa do Véu’ |
Este fenômeno é formado por gases coloridos, denominados remanescentes de Supernova, que decorrem da explosão de estrelas. Os cientistas estimam que a explosão aconteceu há cerca de 8 mil anos e que a nebulosa se encontra a 110 anos-luz da Terra. A foto foi capturada pelo Hubble em 1997, mas chegou aos sistemas da missão somente em 2015.
A Galáxia Pismis 24 |
Formada por uma aglomeração de estrelas na nebulosa NGC 6357. O
telescópio Hubble foi capaz de captar imagens através da densa poeira
cósmica e conseguiu ainda estimar a massa da estrela Pismis 24-1, o
principal astro dessa galáxia. De acordo com a previsão dos cientistas, a
estrela apresenta massa até 100 vezes maior que a do Sol.
NGC 7635 |
Também conhecida como Nebulosa da Bolha, é formada por ventos estelares de um astro de massa 45 vezes superior à do Sol. O gás viaja a uma velocidade de 6,5 milhões de quilômetros por hora. À medida que a nebulosa se expande, o gás preenche o espaço entre as estrelas e provoca ondas de choque. Esse fenômeno é responsável por atribuir o aspecto brilhante da bolha que caracteriza a nebulosa.
Herbig-Haro |
Na imagem acima, o Hubble capturou um jato Herbig-Haro. Quando uma estrela é formada, geralmente ela apresenta um disco de gás ao seu redor. Interações entre este disco e o campo magnético da estrela fazem com que o gás seja expelido a velocidades incrivelmente altas no meio cósmico. A onda de choque decorrente desse processo provoca o jato brilhante que é retratado na foto.
NGC 5033 |
A NGC 5033 corresponde a uma galáxia espiral com cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro. Seu núcleo é ocupado por um buraco negro supermassivo, com massa pelo menos 10 milhões de vezes superior à do Sol. Este buraco negro é cercado por um disco rodopiante de gás e poeira, que se move rapidamente a ponto de produzir o brilho constatado na imagem.
Estrela Fomalhautela |
De acordo com especialistas ouvidos pela Science Focus, o Hubble não é um instrumento adequado para identificar exoplanetas. Mesmo assim, o telescópio cumpriu papel fundamental na descoberta de planetas situados fora do nosso sistema solar.
A última imagem retrata duas galáxias que passaram perto uma da outra a uma distância suficiente para provocar colisões entre suas extremidades. Quando isso acontece, o caos gerado pelo choque entre os dois mundos cria condições cósmicas apropriadas para o nascimento de novos astros. Na foto, as câmeras do Hubble foram capazes de identificar a formação de estrelas jovens, representadas pelas aglomerações de pontos azuis nos anéis deformados das galáxias.
O Hubble identificou, por exemplo, um exoplaneta na órbita da estrela Fomalhaut, que por sua vez é cercada por um vasto anel de poeira com até 20 bilhões de quilômetros de diâmetro. Esses anéis são criados por planetas que conduzem a poeira para uma órbita específica. Na tentativa de rastrear este mundo, o Hubble capturou repetidamente imagens do sistema durante vários anos. Comparando as imagens, os astrônomos encontraram um ponto brilhante se movendo lentamente ao redor do disco. Para os cientistas, esse ponto configura um planeta.
Lentes gravitacionais |
A figura acima corresponde a um aglomerado de galáxias. É possível observar que algumas dessas galáxias apresentam o aspecto de linhas curvas, em vez de apenas pontos brilhantes. Isso acontece devido a um fenômeno chamado lente gravitacional.
A massa gigantesca do grupo de galáxias distorce o espaço-tempo, a ponto de a luz “dobrar” enquanto viaja pelo universo. Essa flexão da luz atua como uma lente, de forma a ampliar a imagem das galáxias. Segundo a Science Focus, esse processo é fundamental para o estudo da matéria escura.
A massa gigantesca do grupo de galáxias distorce o espaço-tempo, a ponto de a luz “dobrar” enquanto viaja pelo universo. Essa flexão da luz atua como uma lente, de forma a ampliar a imagem das galáxias. Segundo a Science Focus, esse processo é fundamental para o estudo da matéria escura.
Colisão de Galáxias |
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