Em 2018, pesquisadores italianos anunciaram que haviam encontrado evidências da existência de água líquida em Marte, abaixo da calota polar sul. Agora, a equipe voltou em mais uma série de informações que não apenas sustentam essa hipótese, como amplia ainda mais a possibilidade. O novo estudo sugere que há pelo menos três lagos subglaciais no polo sul marciano.
Agora, a equipe italiana publicou um novo artigo na Nature Astronomy, no dia 28 de setembro, com novos dados da Mars Express — mais precisamente, um radar a bordo da nave chamado MARSIS (Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionospheric Sounding). Desta vez, eles analisaram um conjunto de dados muito maior que no estudo anterior, e encontrou sinais ainda mais interessantes.
Com uma nova abordagem, eles conseguiram aplicar técnicas usadas por satélites que orbitam a Terra para obter imagens das características geológicas subterrâneas de Marte. Além do brilho da região onde a salmoura foi detectada, eles conseguiram também medir a variação da intensidade do sinal, obtendo assim dados sobre a suavidade da superfície refletora. O método parece confiável, já que foi deste modo que se descobriu lagos subglaciais na Antártica, na Groenlândia e no Ártico canadense.
Uma das perguntas que devem ser investigadas agora é como o solo aqueceu o suficiente para derreter o gelo, já que Marte não é um mundo muito ativo em termos geológicos. Seja como for, Marte já foi bem mais quente e úmido, com água líquida em sua superfície, então é possível que a nova descoberta mostre aos cientistas lugares ideais para se buscar evidências de vida antiga no Planeta Vermelho.
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