A sonda espacial não tripulada New Horizons, da Nasa, tem transmitido informações surpreendentes sobre Plutão. As fotos mais recentes, tiradas de perto, revelaram características bizarras, inexistentes em qualquer outro planeta do nosso sistema solar, incluindo montanhas com textura de escamas de dragão, que a Agência Espacial descreve como áreas "grosseiramente escavadas" pelo gelo de nitrogênio.
Os pesquisadores da Nasa identificaram água congelada em várias regiões ao longo da superfície de Plutão.
"Nós já esperávamos que haveria água congelada lá, mas estávamos procurando sinais por décadas e não havíamos encontrado nada até agora", tuitou Alex Parker, também do Instituto de Pesquisa SwRI.
Desde 14 de julho, a New Horizons já rondou mais de 100 milhões de km além de Plutão. E isso a coloca a 5 bilhões de km da Terra.
Essa distância gigantesca faz com que demore mais para chegarem as informações da sonda. Demorará talvez mais um ano até que todas as informações estejam com a Nasa para serem estudadas.
Uma nova pesquisa sugere ainda que Plutão pode ocultar um oceano subterrâneo. "Graças aos dados incríveis da New Horizons, podemos observar as características tectônicas na superfície de Plutão e atualizar nosso modelo de evolução térmica com os novos dados," disse Noah Hammond, estudante de pós-graduação na Universidade de Brown.
A sonda New Horizons foi lançada em 2006 com o objetivo de estudar o planeta anão e os extremos do sistema solar. Alguns cientistas não tinham muita expectativa sobre o planeta – por ser muito pequeno, remoto e tectonicamente inativo para ter características interessantes. Os resultados apresentados pela nave, porém, foram surpreendentes.
As imagens indicam que uma das características únicas de Plutão são as gargantas que se estendem por centenas de quilômetros, formadas devido à expansão da crosta do planeta. "Um oceano no subsolo que estivesse lentamente congelando poderia ter causado esse tipo de expansão", descreveu Hammond.
Teoricamente, como o oceano continua congelando, ele irá, eventualmente, formar uma estrutura densa chamada “Ice II”. Se isso acontecer, a superfície de Plutão deve apresentar em breve sinais de fraturas por compressão. "Nós não vemos as coisas na superfície que podíamos esperar se tivesse havido uma contração global", disse Hammond.
As bolsas de nitrogênio na superfície do planeta, por sua vez, indicam que o oceano pode ser relativamente quente, debaixo de uma camada superior de gelo. "Podemos concluir que o Ice II não se formou e, portanto, o oceano não foi completamente congelado."
Tendo em conta a distância de Plutão do Sol, a presença da água líquida é vista como altamente improvável. Mas se ela existir, sustentada pelas altas temperaturas do núcleo do planeta, oceanos líquidos podem ser muito mais comuns do que se pensava anteriormente.
"É incrível a possibilidade de podermos ter vastos ambientes de água líquida em Plutão, tão longe do sol, e que o mesmo possa ser possível em outros corpos celestes da Cintura de Kuiper [região do sistema solar próxima a Plutão] é absolutamente incrível!
"É incrível a possibilidade de podermos ter vastos ambientes de água líquida em Plutão, tão longe do sol, e que o mesmo possa ser possível em outros corpos celestes da Cintura de Kuiper [região do sistema solar próxima a Plutão] é absolutamente incrível!
0 Comentários