Em 20 de julho de 1969, a Apollo 11 desceu na Lua. Às 10:56 da noite, no horário da Costa Leste dos EUA, Neil Armstrong realizou seu feito. Com as imortais palavras “É um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”.
Armstrong se tornou o primeiro humano a pisar num corpo celeste. Pouco depois, Buzz Aldrin
se juntou a ele em solo lunar. Os dois gastaram as próximas duas
horas e meia explorando, tirando fotos e coletando amostras da Lua.
Mas antes de voltar à Terra, a Apollo 11 deixou provas de que
estivemos na Lua. Além de pegada de Armstrong e de um monte de lixo, os
astronautas fincaram no chão um poste com uma bandeira dos EUA feita de
nylon, que media 90 centímetros por 1,5 metro.
As missões Apollo que
foram à Lua depois fizeram a mesma coisa. Mas o que aconteceu com essas
bandeiras? Elas ainda estão lá? Elas ainda existem depois de quase meio
século na superfície da Lua?
Aldrin disse que viu a bandeira da Apollo 11 ser derrubada pela
explosão do foguete, quando o motor ligou e a nave foi embora da Lua.
Além disso, acreditava-se que haveria poucas chances de a bandeira
sobreviver no ambiente inóspito da Lua. Com a poeira extremamente
abrasiva e os raios ultravioletas do Sol sem nenhum filtro, o mais
provável é que a bandeira rapidamente se tornasse branca e, em seguida,
se desintegrasse.
Na verdade, a bandeira não foi feita para durar muito. Ela foi
comprada da Annin, a mais antiga empresa do ramo de bandeiras dos EUA,
por US$ 5,50 (o que daria mais ou menos US$ 35 hoje). Feita de nylon
comum, a bandeira não foi pensada para sobreviver na Lua por muito
tempo. Em 2008, Dennis Lacarrubba, um empregado da Annin, disse à Air & Space Smithsonian
que ele não “acreditava ainda existir algum resquício da bandeira.
Tenho que ser honesto com você. A bandeira deve ter virado cinzas”.
Cinco outras bandeiras foram fincadas no solo da Lua durante as missões Apollo 12, 14, 15, 16 e 17, mas nunca se falou muito sobre elas. A Apollo 13
nunca chegou à Lua por motivos que você deve conhecer. Essas bandeiras
também não foram feitas para sobreviver na lua: elas eram comuns, do
tipo que qualquer um poderia comprar.
A Apollo 17, lançada em 7 de dezembro de 1972, levou aqueles que seriam os últimos seres humanos a pisar na Lua.
Enquanto o astronauta Eugene Cernan e o geologista Harrison “Jack”
Schmitt colocavam uma bandeira na superfície lunar, Cernan aparentemente
disse, brincando, que se ele conseguisse enterrar a bandeira fundo o
suficiente, ela poderia durar milhões de anos.
Embora nenhum humano tenha andado na Lua desde 1972, vários satélites
enviados por muitas nações orbitaram a Lua e a fotografaram. Depois
que a tecnologia avançou e a qualidade das fotos aumentou, várias partes
da superfície da Lua foram vistas em detalhes pela primeira vez desde
1972.
A Lunar Reconnaissance Orbiter Camera, ou LROC, foi lançada em junho
de 2009. Ela passou três anos orbitando a Lua e tirando fotos com uma
câmera de alta resolução. Em 2012, as imagens enviadas pela LROC confirmaram que as bandeiras da Apollo 11 e da Apollo 15 não só tinham sobrevivido, como ainda estavam de pé.
Ao olhar para as fotos em diferentes momentos do dia, o movimento das
sombras confirmou que as bandeiras ainda estão lá. Acredita-se que a da
Apollo 15 ainda está de pé, como mostram as imagens de momentos depois
da partida dos astronautas. No entanto, as imagens da LROC não mostram
sombras distintivas para ela, ao contrário do que as imagens dizem sobre
as outras. Mesmo assim, como as outras bandeiras parecem ter
sobrevivido e ainda estarem de pé depois de os astronautas terem ido
embora, há pouca razão para acreditar que a bandeira da Apollo 15 tenha
se desintegrado. E é possível que a bandeira da Apollo 11 ainda exista,
só que caída na superfície lunar.
E sobre as condições das bandeiras? O consenso geral é que elas provavelmente foram perdendo suas cores até ficarem brancas.
A LROC também foi capaz de documentar outras coisas deixadas para
trás pelas várias missões Apollo, como trilhas feitas por astronautas,
mochilas e rovers. Como a tecnologia não para de avançar, em breve
poderemos ver as bandeiras e confirmar o estado delas com exatidão, em
vez de precisar confiar nos movimentos das sombras.
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