A missão da sonda New Horizons já tem a distância com a qual
sobrevoará o Objeto do Cinturão de Kuiper, 2014 MU69 no primeiro dia do
ano de 2019 definida, e essa distância é cerca de 3 vezes mais próxima
do objeto do que a sonda passou por Plutão.
Esse encontro marcará o encontro mais distante já feito com um objeto
do nosso Sistema Solar, algo em torno de 1.5 bilhão de quilômetros além
de Plutão e mais de 6.5 bilhões de quilômetros da Terra. Se tudo correr
como planejado, a sonda New Horizons passará a cerca de 3500 km do
MU69, no momento da sua maior aproximação, espiando o objeto a partir do
norte celeste do objeto. O plano alternativo, que pode ser usado em
caso de contingência, como por exemplo, a descoberta de detritos perto
do MU69, levará a New Horizons a cerca de 10 mil km do objeto, ainda
assim mais perto dele do que ela passou de Plutão, que no momento da
maior aproximação, estava a cerca de 12500 km do planeta anão.
“Eu não poderia estar mais animado sobre essa performance da New
Horizons”, disse Jim Green diretor de Ciência Planetária da NASA na sede
da agência em Washington. “Essa missão continua levando ao limite o que
é possível de ser feito com uma sonda espacial, e eu já fico imaginando
aqui como serão os dados e as imagens do objeto mais distante que uma
sonda já visitou na história”.
Se a distância durante a maior aproximação for a menor possível, a
câmera de alta resolução da New Horizons conseguirá imagens com detalhes
de 70 metros, só para comparação, em Plutão foi de 183 metros.
“Nós estamos planejando voar mais perto do MU69 do que voamos de
Plutão e conseguir dados melhores e imagens de mais alta resolução”,
disse o principal investigador da New Horizons, Alan Stern do Southwest
Research Institute (SwRI), de Boulder, Colorado. “A ciência será
espetacular”.
A equipe está considerando inúmeros fatores para fazer a escolha
correta, disse John Spencer, membro da equipe científica e do
planejamento de sobrevoo. “As considerações incluem o que sabemos sobre o
MU69, seu tamanho, sua forma, e os perigos à sua volta, os desafios de
se navegar perto do MU69 enquanto se obtém imagens nítidas e bem
expostas e outras capacidades e recursos da nave”, disse Spencer.
Usando todos os sete instrumentos científicos a bordo, a New Horizons
irá obter extensos dados geológicos, geofísicos, de composição e outras
informações sobre o MU69, ela também irá buscar por satélites e por uma
atmosfera no objeto”.
“Alcançar o 2014 MU69 e ver ele como um mundo verdadeiro, será outra
realização histórica de exploração”, disse Helene Winters, gerente de
projeto da New Horizons no Laboratório de Física Aplicada da
Universidade Johns Hopkins em Laurel, Maryland. “Nós estamos
realmente indo onde ninguém foi antes. Toda nossa equipe está animada
sobre os desafios e as oportunidades da viagem até essa fronteira
distante”.
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