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Estação espacial chinesa fora de controle cairá na Terra em 2018

A Tiangong-1 irá cair na Terra em algum momento no primeiro quadrimestre de 2018, prevê um novo cálculo.
Em setembro de 2016 a China anunciou que perdeu o controle da sua estação espacial Tiangong-1 e inicialmente pensou que a nave espacial voltaria à Terra no “final de 2017”. Desde então, estimativas refinadas colocaram a data da reentrada em algum ponto entre dezembro 2017 e março de 2018.
Agora, o Space Debris Office – SDO, órgão da Agência Espacial Europeia, ESA, responsável pelo acompanhamento de atividade de reentrada de resíduos espaciais, emitiu uma nova previsão atualizada para a iminente reentrada atmosférica do laboratório espacial chinês Tiangong-1, que está em órbita da Terra fora de controle há quase dois anos.
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O laboratório espacial chinês Tiangong-1 (“Palácio Celestial 1”, em chinês) foi lançado em 29 de setembro de 2011. Nove meses depois, em junho de 2012, três taikonautas chineses encaixaram sua nave espacial Shenzhou-9 na estação pela primeira vez. O módulo foi visitado novamente em junho de 2013, quando a nave espacial Shenzhou-10 transportou outro trio de taikonautas.

A Tiangong-1 é o primeiro laboratório espacial da China. Com cerca de 8,5 toneladas (18740 libras), a estação chinesa Tiangong-1 mede cerca de 10,4 metros (34 pés) de comprimento e tem um diâmetro de cerca de 3,3 metros (11 pés).
Pequim perdeu o controle sobre a Tiangong-1 em 16 de março de 2016. Acredita-se que a estação espacial tenha cessado o seu funcionamento devido a um carregador de bateria defeituoso. A China finalmente confirmou em meados de setembro de 2016 que a nave espacial estava se encaminhando para uma reentrada iminente, mas não revelou na ocasião se a descida da estação estava sendo controlada ou não.
Mais recentemente, em 8 de dezembro de 2017, o governo chinês enviou uma nota às Nações Unidas (ONU) na qual informava que a queda da nave espacial deveria ocorrer algum tempo entre os primeiros 10 dias de fevereiro e os últimos 10 dias de março deste ano de 2018. Pequim acrescentou ainda que, até 26 de novembro, o laboratório estava em órbita a uma altitude média de 296 quilômetros (184 milhas) e insistiu que a estação Tiangong-1 e o combustível dela não prejudicariam as pessoas em solo.

Fora de controle 

A estação espacial chinesa terminou oficialmente as operações com a estação em março de 2016. Alguns meses depois, foi amplamente divulgado que a China não estava mais no controle da nave espacial. Em setembro de 2016, a agência espacial confirmou a notícia em uma coletiva de imprensa. O plano para uma reentrada controlada, em que a descida da nave espacial poderia ser gerenciada com uma queima controlada de seus propulsores, não era mais possível.
Em vez disso, a nave espacial esteve em uma órbita em decaimento, e sua altitude continuará diminuindo lentamente até atingir a atmosfera superior. Quando isso acontecer, a Tiangong-1 fará sua reentrada descontrolada.
Desde que os controladores chineses perderam o controle sobre a Tiangong-1 em março de 2016, o módulo não consegue mais recarregar suas baterias através de seus dois painéis solares, sendo essa a provável causa do problema. As autoridades chinesas forneceram pouca informação indicando apenas que o laboratório começou a descer gradualmente e acabaria por cair na superfície da Terra.
Em maio de 2017, a China informou às Nações Unidas (ONU) que a órbita de Tiangong-1 havia diminuído para uma altitude de cerca de 349 quilômetros (217 milhas) e que estava a uma taxa diária de queda de aproximadamente 160 metros (525 pés). Isso indicava que a reentrada da nave espacial era esperada para algum momento entre outubro de 2017 e abril de 2018.
Naquele momento ainda não se sabia claramente se a China ainda pode controlar a Tiangong-1.  Elaborado pela “China National Space Administration (CNSA)”, a agência espacial chinesa, o  relatório elaborado pela Agência Espacial Chinesa para as Nações Unidas de maio passado passou pelo lançamento inicial, integridade estrutural, órbita e decadência orbital, bem como uma previsão de como a nave espacial finalmente atingirá seu final e como o processo será monitorado.
Finalmente o governo chinês confirmou, em meados de setembro de 2016, que a nave espacial estava indo para uma reentrada iminente, mas na ocasião ainda não revelou se a descida da estação estava sendo controlada ou não. Os primeiros anúncios feitos pelo Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada da China (CSME) indicaram que a Tiangong-1 estava (na época) orbitando a uma altitude média de 370 quilômetros (230 milhas) e descendo para uma reentrada de fogo na atmosfera da Terra no final de 2017.
Mais recentemente, a China enviou uma nota às Nações Unidas (ONU) em 8 de dezembro de 2017, na qual informava que a queda da nave espacial deverá ocorrer algum tempo entre os primeiros 10 dias de fevereiro e os últimos 10 dias de março deste ano (2018). Pequim acrescentou que, até 26 de novembro, o laboratório estava em órbita a uma altitude média de 296 quilômetros (184 milhas) e insistiu que a estação Tiangong-1 e o combustível que contém, não prejudicariam as pessoas em chão.

Substância perigosa

Quando fizer sua reentrada descontrolada na atmosfera terrestre neste ano, a maioria das partes da nave espacial serão queimadas na atmosfera, contudo, há preocupações de que algumas peças, contendo produtos químicos altamente tóxicos, podem chegar ao chão.
Um relatório recentemente publicado pela Aerospace Corporation, uma organização sem fins lucrativos que fornece orientação técnica e conselhos sobre todos os aspectos das missões espaciais, prevê que a Tiangong-1 cairá à Terra em março de 2018, provavelmente em meados do mês. Talvez o aspecto mais alarmante desse relatório seja o aviso de que partes da nave espacial, que poderiam sobreviver à reentrada, podem conter hidrazina — uma substância altamente tóxica usada em combustíveis de foguete.

O documento da Aerospace diz que “potencialmente, pode haver uma substância altamente tóxica e corrosiva chamada Hidrazina a bordo da nave espacial que poderia sobreviver à reentrada. Para sua segurança, não toque em quaisquer detritos que possa encontrar no chão nem inale vapores que esses detritos possam emitir”. O comunicado com o aviso foi emitido pelo Centro de Estudos Orbitais e Resíduos de Reentrada (CORDS) da Aerospace Corporation.

A hidrazina era utilizada como propelente para os propulsores de manobra do laboratório espacial. Outras variantes da hidrazina que também são usadas como combustível de foguete são monometilhidrazina e dimetilhidrazina assimétrica.
De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (U.S. Environmental Protection Agency – EPA), a exposição de seres humanos a curto prazo a níveis elevados de hidrazina pode incluir irritação dos olhos, nariz e garganta, febre, tonturas, dor de cabeça, náuseas, edema pulmonar, insuficiência respiratória levando até a convulsões e coma. Além disso, acredita-se que a exposição a longo prazo a estas substâncias cause câncer.

Contudo, no documento chinês encaminhado à ONU em dezembro, Pequim insiste que a Tiangong-1 e o combustível contido nela não prejudicarão aqueles que estiverem em solo. “Com base na análise, a pequena quantidade restante de combustível será queimada e destruída juntamente com seus componentes estruturais durante a reentrada e, portanto, não causará nenhum dano em solo”, afirma o comunicado do governo chinês. Como foi o caso da nota anterior à ONU, de maio de 2017, a China novamente assegurou que está empenhada em monitorar e prever a descida da estação espacial Tiangong-1 e informará o público assim que houver mais informações disponíveis.

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O escritório, localizado no Centro Europeu de Operações Espaciais (European Space Operations Centre – ESOC) em Darmstadt, Alemanha, coordena a pesquisa da ESA relacionada a detritos espaciais. Como parte de suas atividades, o escritório também observa de perto a próxima reentrada da estação espacial chinesa Tiangong-1, que deverá queimar rapidamente na atmosfera da Terra, mas temem que alguns de seus componentes possam chegar ao chão.
De acordo com os cálculos atualizados, a Tiangong-1 deve cair na Terra dentro de um mês a um mês e meio, provavelmente entre meados de março e meados de abril. No entanto, essas estimativas estão sempre sujeitas a alterações, devido a uma série de variáveis (por exemplo, as variações da atmosfera).
A atualização foi divulgada em 29 de janeiro e confirmou que o habitáculo espacial chinês deverá voltar a entrar em algum lugar dentro de uma faixa entre 43 graus de latitude norte e 43 graus de latitudes do sul.
O Escritório da ESA observou que áreas fora dessas latitudes podem ser excluídas. Esta grande faixa do planeta inclui partes do norte dos EUA, bem como países como Espanha, Itália, Turquia, China, Coréia do Norte ou Japão no hemisfério norte. No hemisfério sul, provavelmente os locais que podem ser afetados serão: Chile, Argentina, Austrália do Sul ou Nova Zelândia, conforme mostrado no mapa abaixo.
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Cálculos e previsões para a queda

Além de ser usado como um laboratório para pesquisa espacial, Tiangong-1 também serviu como uma plataforma experimental a partir da qual a China poderia demonstrar recursos orbitais de encontro e encaixe. O laboratório em órbita também foi usado como um passo para pavimentar o caminho para as futuras estações espaciais da nação, de modo que o próximo o país planeja completar em 2022.
Junto com seu sucessor Tiangong-2 (lançada em setembro de 2016), a Tiangong-1 ajudou a testar tecnologias consideradas críticas para este anteprojeto orbital modular planejado. Pequim tem planos de começar a enviar tripulações para uma estação espacial permanente até 2022.
No relatório da Aerospace Corporation, o CORDS também forneceu algumas informações sobre a possível localização da reentrada iminente da Tiangong-1. Seus especialistas preveem que a nave espacial volte a entrar na atmosfera na faixa terrestre entre os 42,7° de latitude norte e os 42,7° de latitude sul, provavelmente em latitudes mais altas. Os números do CORDS são próximos aos resultados do Space Debris Office da ESA, mencionados acima.

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A Tiangong-1 enfrentará uma morte ardente em sua reentrada, com boa parte de corpo queimando-se na atmosfera terrestre devido ao calor gerado no atrito com o ar. No entanto, devido às dimensões da nave espacial — comprimento de 10,4 metros (34 pés) e diâmetro 3,3 metros (11 pés) e 8,5 toneladas (18,740 libras) — a Aerospace Corporation diz que algum material pode sobreviver. Qualquer material que alcance o planeta pode ser altamente tóxico e corrosivo.

“Para sua segurança, não toque em nenhum dos detritos que você possa encontrar nem inale vapores que eles possam emitir”, alertou a Aerospace Corporation.

No entanto, com dois terços do planeta coberto de água e grandes áreas de terra desabitadas, todos os restos sobreviventes são altamente improváveis de pousar em locais onde possam causar grandes danos.
Para que alguém consiga ver a descida final de Tiangong-1 dependerá de onde e quando os destroços da estação espacial chinesa irão entrar na atmosfera. A localização exata deve ser conhecida apenas a alguns dias antes do evento. “Objetos visivelmente incandescentes a partir desta reentrada provavelmente durarão dezenas de segundos (até um minuto ou mais) em contraste com a grande maioria dos meteoros naturais, que duram apenas alguns segundos”, afirmou a Aerospace. “Dependendo da hora do dia e da visibilidade da nuvem, a reentrada pode aparecer como múltiplas linhas brilhantes que se deslocam pelo céu na mesma direção”.

Embora a reentrada descontrolada de Tiagngong-1 seja um evento significativo, não é o maior evento do tipo. 
A nave espacial Mir, por exemplo, pesava mais de 120 toneladas (mais de 260.000 libras) quando foi deorbitada em 2001. 

“Fazemos um caso especial para exame e acompanhamento da Tiangong-1 devido ao provável interesse do público e da mídia em uma estação espacial em reentrada, não porque seja uma reentrada particularmente perigosa “, diz Abraham.

A posição e o caminho de Tiangong-1 podem ser vistos e seguidos aqui, o que também dá uma indicação da extensão do oceano e áreas desabitadas pelas quais o laboratório espacial passa rotineiramente.




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