Nosso visitante interestelar, lembram dele?
Em 2017, o Pan-STARRS escobriu um objeto movendo-se a uma alta velocidade pelo Sistema Solar.
Depois de cálculos feitos da sua órbita chegou-se à conclusão que o objeto tinha uma origem interestelar. Ele era o primeiro visitante interestelar registrado no nosso Sistema Solar.O objeto recebeu um nome havaiano de Oumuamua, algo que pode ser traduzido como, “o visitante distante que chega primeiro”.
A partir daí começaram todas as teorias mais malucas que você já pôde imaginar na sua vida sobre o objeto.
Nave alienígena, lasca de cometa, lasca de nave, chegaram até a procurar nele um transmissor e um receptor extraterrestre.
A sua forma alongada e peculiar também despertou interesse dos astrônomos, e para piorar, lá pelas tantas, quando já estava prestes a ficar muito longe para ser observado, ele parece ter acelerado.
Seriam os motores da nave, seria ele um cometa, as especulações não paravam.
Devido à sua alta velocidade, o Oumuamua, só pode ser estudado e observado durante o período de 1 semana pelos pesquisadores.
Mas mesmo assim eles conseguiram estudar o Oumuamua com grandes telescópios como o VLT do ESO, por exemplo, tudo isso para tentar caracterizar da melhor forma possível esse intrigante visitante.
Agora, dois pesquisadores publicaram um artigo na revista Nature Astronomy, onde mostram qual poderia ser a origem do Oumuamua.
Os astrônomos rodaram complexas modelagens computacionais para explicar as propriedades estranhas do Oumuamua.
O que eles descobriram é que muito provavelmente, o Oumuamua, é um pequeno pedaço de um corpo parental maior. Os modelos sugerem que quando um objeto, que pode ser um cometa, ou até mesmo um planeta como uma Super-Terra, passou muito perto da sua estrela, as intensas forças de maré romperam o objeto criando fragmentos.
Esses fragmentos, depois de aquecidos durante a passagem perto da estrela, esfriaram novamente, e nesse resfriamento eles podem ter assumido a forma que o Oumuamua nos apresentou. Com essa passagem próxima da estrela, os fragmentos foram então acelerados e expulsos do seu sistema estelar original e alguns podem ter vindo parar aqui no Sistema Solar. Os astrônomos acreditam que isso seja algo comum de acontecer e acreditam também que está cheio desses objetos por aí, nós só não os identificamos ainda.
Algumas coisas interessantes. A primeira delas, é que esse tipo de ruptura, nós mesmos já testemunhamos aqui no Sistema Solar, quando o Cometa Shoemaker-Levy 9, lá em 1994, ao se aproximar de Júpiter foi destroçado criando vários pedaços que depois colidiram com o planeta.
Outro ponto interessante que pode ser considerado se esse objeto passou pela zona habitável da sua estrela e se essa estrela tinha um planeta com vida, essa pode ser uma maneira da vida se espalhar pelo universo.
Outra coisa, esse tipo de fenômeno poderia explicar também o que acontece com a estrela de Tabby, ou seja, pode-se criar uma nuvem desses objetos arrebentados ao redor da estrela e isso pode fazer o brilho da estrela variar muito, mesmo que esses objetos não sejam arremessados para fora do seu sistema estelar original.
Por fim, como já falamos, devem existir muitos desses objetos por aí, vagando, mas nós não temos, hoje a capacidade de detectá-los.
Porém, os novos telescópios vem aí, um deles, o recém-nomeado Observatório Vera Rubin, o antigo LSST, terá todas as características e a capacidade de encontrar esses objetos no Sistema Solar.
Pode ser que a metade final da década de 2020, seja a década dos objetos interestelares.
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