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Fase total do eclipse não será visível do Brasil, apenas a fase parcial e penumbral.

Lua avermelhada de eclipse sobre as Montanhas Chiricahua, no Arizona.
Créditos: Fred Espenak/MrEclipse.com

Se você estava com saudade de um eclipse lunar, saiba que na próxima quarta, 26 de maio, haverá o primeiro Eclipse Total da Lua de 2021, mas não será dessa vez que vamos matar essa saudade. Infelizmente, apenas algumas localidades do Brasil poderão observá-lo, e de forma parcial. Ainda assim, vamos aproveitar para conhecer algumas curiosidades a respeito desse evento.

Um Eclipse Lunar ocorre quando Lua, Terra e Sol encontram-se em alinhamento no espaço. Nesse momento, a Lua passa pelo cone de sombra projetado pela Terra e por isso, ela é escurecida por algum tempo. Todos aqueles que estão na metade do globo que tem visibilidade para a Lua podem observar o eclipse.
Eclipse lunar ocorre quando a Lua passa pelo cone de sombra da Terra.
Fonte: timeanddate.com

E é aí que está a primeira grande curiosidade a respeito desse eclipse de 26 de maio: será o Eclipse Lunar Total menos visto dos últimos tempos. Isso porque a área de visibilidade dele será, justamente, a metade menos habitada do planeta. Apenas aqueles que estiverem no Oceano Pacífico, Antártida, Nova Guiné, parte da Austrália e especialmente, na Nova Zelândia, Havaí e nas ilhas da Polinésia e Micronésia, poderão ver todas as fases do eclipse.
Metade da Terra que terá visibilidade da Lua no momento do eclipse – Fonte: Wikimedia

Algumas regiões do Sul da América do Sul, Oeste da América do Norte e Leste Asiático ainda poderão contemplar a fase total, mas aqui no Brasil, somente algumas áreas poderão ver apenas a fase parcial do eclipse, no final da madrugada do dia 26. Em especial o Acre, que poderá ver mais 80% da Lua encoberta pela sombra da Terra
Em amarelo, áreas do Brasil que poderão observar o eclipse, na fase parcial, ao final da madrugada de 26 de maio – Fonte: timeanddate.com

Quando o eclipse atinge sua totalidade, a Lua assume uma coloração avermelhada. E vocês sabiam que o mesmo fenômeno que torna a Lua avermelhada durante um eclipse é o que faz nosso céu ser azul durante o dia e alaranjado no pôr do Sol?
O fenômeno conhecido como Dispersão de Rayleigh explica (entre outras coisas) a dispersão da luz do Sol enquanto ela viaja através da atmosfera. Os gases da atmosfera terrestre refletem mais a componente azul da luz, por isso, o céu é azul durante o dia. Quando o Sol está próximo ao horizonte, como há muito mais atmosfera nessa direção, a quantidade de luz azul dispersada é muito maior, e ao retirar o azul da luz branca do Sol, sobra a luz amarela e alaranjada.
A componente azul da luz branca do Sol é espalhada pela Dispersão de Rayleigh quando atravessa a atmosfera da Terra, tornando o céu azul, o pôr do Sol alaranjado e a Lua vermelha durante um eclipse lunar. Gráfico: Marcelo Zurita


E se pudéssemos observar um eclipse lunar total a partir da Lua, veríamos a Terra ocultando completamente o Sol, mas ainda veríamos a Coroa Solar e uma espécie de anel avermelhado em torno da Terra, formado pela luz do Sol refletida na atmosfera. A luz seria vermelha porque a componente azul seria completamente espalhada pela dispersão de Rayleigh. E é essa luz avermelhada que pinta e a Lua durante o eclipse total.
Eclipse Lunar Visto da Lua. Créditos: Lucien Rudaux

Evidentemente que a humanidade precisou de muitos séculos de estudos para chegar nessa explicação científica. Os povos antigos tinham explicações mitológicas ou baseadas em lendas e algumas eram bem mais divertidas.
Os Incas, por exemplo, acreditavam que o vermelho era o sangue da Lua, que estava sendo devorada por um jaguar. Isso servia de pretexto para eles tomarem uma chicha (bebida alcoólica produzida pelos povos andinos a base de milho e outros cereais) e fazerem uma algazarra aqui na Terra, na tentativa de espantar esse suposto felino cósmico, antes que ele resolvesse vir até aqui pra comer todo mundo
Daqui do Brasil, não poderemos espantar esse jaguar dessa vez, mas vai valer a pena apreciar a Lua na noite do Eclipse. De terça (25) para quarta (26), ela estará cheia e próxima do perigeu, seu ponto mais próximo da Terra, onde ela aparenta ser 14% maior e até 30% mais brilhante.


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