Alexander Bloshenko, diretor executivo de programas de longo prazo e ciência na agência espacial russa Roscosmos, trouxe algumas informações sobre os planos do país para enviar uma espaçonave até Júpiter. A missão tem lançamento estimado para 2030.
A duração da missão será de 50 meses e o plano exige que a espaçonave vá inicialmente para os arredores da Lua. Depois, ela irá seguir até Vênus para usar o impulso gravitacional do planeta para ajustar sua direção até Júpiter, o que ajuda a economizar combustível. Por enquanto, a Roscosmos e a Academia Russa de Ciência estão trabalhando juntas para definir a trajetória do voo e a quantidade de peso que a nave será capaz de suportar.
O lançamento deverá acontecer no Cosmódromo de Vostochny(Imagem: Reprodução/Roscosmos) |
Bloshenko comentou que a espaçonave terá o módulo de energia chamado Zeus, que funcionará como uma espécie de usina nuclear móvel, criada especialmente para gerar energia suficiente para transportar cargas pesadas pelo espaço. O módulo começou a ser desenvolvido em 2010 sob a meta de ir para a órbita em duas décadas, sendo que os engenheiros russos começaram a testar e produzir um protótipo em 2018.
Enquanto a Rússia já levou mais de 30 reatores para o espaço, outros países que buscam alternativas para viagens espaciais têm interesse em tecnologias do tipo, já que as espaçonaves atuais dependem de energia ou da gravidade para acelerar, o que gasta mais tempo da missão. Se considerarmos uma missão para Marte, por exemplo, os astronautas poderiam levar mais de três anos para chegar lá. Futuramente, os Estados Unidos analisam a possibilidade de usar uma espaçonave alimentada por energia nuclear, que seria capaz de reduzir esta estimativa em um ano.
Os reatores nucleares oferecem algumas vantagens consideráveis, já que permitem que as espaçonaves resistam ao frio e escuridão de regiões que não recebem tanta luz solar e podem durar longos períodos. O Zeus, por exemplo, foi projetado para pelo menos 10 anos de atividades. Por outro lado, apenas alguns tipos de compostos podem resistir às temperaturas altíssimas do reator, como o urânio enriquecido. O problema é que alguns deles podem não ser muito seguros — no ano passado, os Estados Unidos proibiram o uso do urânio para levar objetos ao espaço se houver a possibilidade de usar outras fontes de energia, sejam elas nucleares ou não.
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