Orbitando a estrela Proxima Centauri, o exoplaneta Proxima Centauri b está localizado a apenas 4,2 anos-luz da Terra, e, de acordo com um novo estudo, é possível que este mundo possa conter grandes áreas de água líquida em sua superfície, o que aumenta (e muito) as chances de o exoplaneta não somente abrigar algum tipo de vida, como também ser habitável para os humanos.
O Proxima Centauri b foi descoberto há apenas dois meses. Os pesquisadores, agora, usaram modelos similares aos usados no estudo de mudanças climáticas em nosso planeta para descobrir que, sob uma ampla gama de condições, o exoplaneta pode ser rico em água líquida.
Com dimensões similares às da Terra, o planeta tem massa de pelo menos 1,3 vezes à da nossa morada, orbitando sua estrela (uma anã vermelha) a cada 11 dias. Como ele está situado na chamada zona habitável de sua estrela, o Proxima Centauri b está sempre a uma distância considerada ideal para receber a luz de seu sol a fim de manter uma temperatura superficial que impeça o congelamento da água.
Contudo, como esta zona fica extremamente próxima da estrela, é provável que o exoplaneta sofra com intensas marés, exibindo sempre o mesmo lado de sua superfície para o astro (tal qual a nossa Lua sempre mostra o mesmo lado para a Terra). Em simulações anteriores, datadas de 2016, pesquisadores sugeriram que o hemisfério norte do planeta em questão, voltado para a estrela, poderia sofrer com um brilho extremamente intenso, enquanto um oceano permaneceria voltado para o lado que não recebe luz da estrela. Sendo assim, somente uma pequena porção de mar quente poderia existir em Proxima Centauri b.
Só que as novas simulações produziram resultados mais otimistas: elas mostram um oceano dinâmico e circulante, capaz de transferir calor de um lado para o outro. A simulação também indica que o movimento da atmosfera em combinação com o do oceano faz com que "mesmo que o lado da noite nunca veja nenhuma luz estelar, há uma faixa de água líquida mantida na região equatorial", nas palavras de Anthony Del Genio, cientista planetário da NASA e autor do estudo, que foi publicado na revista Astrobiology.
No total, foram simulados 18 cenários diferentes e, em quase todos os modelos, houve o indício forte de que o Proxima Centauri b tenha um oceano aberto de água líquida em sua superfície. E "quanto maior a fração do planeta que possui água líquida, melhores as chances de que, se houver vida lá, poderemos encontrar evidências com futuros telescópios", declarou o cientista.
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